domingo, 15 de novembro de 2009

E Tempo de Pic-Nic


Para quem acha que aqui já deve estar o maior frio, muito se engana. Semana passada até deu uma esfriada mas hoje já estava com um sol quentinho de novo. Repara que quando eu digo "esfriada" não vai nem pra menos de 10 grados.

Hã! Eu nem ia comentar sobre isso não, mas já que eu comecei o assunto. É muito engraçado a diferença do que é frio pra cada um. Uma belga que tava de visita pela cidade, quando voltou pra casa logo colocou uma foto no Facebook do termômetro da rua (igualzinhos aos do Brasil) marcando 20°(!) pra tirar onda com a cara dos amigos. Já o coitado do estudante de Manaus, que nunca soube o que era menos de 22°, já tava batendo queixo.

Enfin... continuando: Aproveitando o tempo favorável, Cristina (Italiana - como metade de Valencia) agitou um Pic-nic (idéia de Karina "Chilindrina"). Criamos um evento num Facebook (o mundo daqui gira em torno desse treco) combinando para às 14:00 na estação de metro Facultats (faculdade em valenciano). Fora que depois lembramos que tinha quatro saídas, foi até fácil de encontrar as pessoas - não conhecia todas.

Eu cheguei praticamente em cima da hora, já sabendo que não ia encontrar ninguém. Passei de bicicleta pelas 4 entradas e não encontrei nenhum conhecido. Na terceira tinha uma loura com cara de calouro (sabe aquela, de alguém meio perdido querendo parecer, inutilmente, que está super confortável) que desconfiei que devia ser do grupo. Depois de comprar um El País (com a caneca dos Beatles) voltei pra 3e e encontrei a Cristina conversando com a loura, que se chama Eva e é Suíça (muito atrasado pra ela é 5 min...).

Até as 14:20 já tinham chegado todos os franceses (3 no total) e uma Portuguesa, até às 14:30 metade dos italianos (perdi a conta de quantos) e, às 14:45, quando chegou o último habitante da bota, eu disse que era melhor que partíssemos que eu ia avisar para os brasileiros nos encontrarem lá.




O Pic-Nic foi bem divertido. Conversa com os amigos - novos e velhos- comida, bebida, música, brincadeiras... a Gabi vai adorar quando chegar aqui!!!

Abraços!
Henrique Luz

Obs: Sábado teve aula de espanhol no mercado central. A lição era conversar com os vendedores, descobrir o nome dos ingredientes e preparar uma receita brasileira. Eu e Cleo (quem me conhece sabe que foi praticamente só ele) preparamos uma moqueca! Ficou show de bola. Uma foto para os descrédulos!



sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Valenciando

Oi, amigos!

Estava a um tempo sem aparecer aqui, né? Pois é... a vida em valencia está em 220V - muita intensidade!! As aulas começaram, arranjei um cubículo pra trabalhar na faculdade, estou aprendendo escalada, participando de um grupo de montanhismo, já toquei meu pandeiro em uma festa de brasileiros, participei do dia mundial sem carros daqui, estou conhecendo gente do mundo inteiro e, o que é mais importante, tô começando a fazer novas amizades!

Então, como diria Jack, vamos por partes:

As aulas: Tô fazendo quatro disciplinas ou, como se diz aqui, assignaturas. Uma sobre o mercado de energia (geral, mas com ênfase na espanha/UE), uma de "energia e meio ambiente" - quero ver como o pessoa daqui vê o assunto, uma sobre impactos ambientais de sistemas energéticos (parte de minha tese) e outra sobre energia solar térmica. Todas me pareceram muito boas e os profressores estão mandando bem. Os alunos também, na maioria das vezes, fazem comentários bem pertinentes. Mas, repara só na pergunta do rapaz (traduzida para o português em um linguajar coloquial):

- Então professor, eu tava pensando... Tem o problema do aquecimento global e tal... as pessoas estão consumindo cada vez mais enegia... as plantas de geração de energia elétrica, mesmo as  de fontes renováveis, causam impactos ambientais... Então, quão seria a solução ( até aí tava bacana...) que não a Energia Nuclear?(!?!?)

Ha! O cara já tinha a resposta, é ótimo. O futuro pode até dizer que ele tá certo (quando derem um bom destino pros resíduos), mas é evangelismo demais pro primeiro dia de aula... Continuando (vou correr mais que eu tenho que sair daqui do bar).

O cubículo (vulgo salinha): Manero e é ótima pra trabalhar. Mas ainda não conheci meus vizinhos - estou sozinho na minha salinha.

Escalada: Pra quem gosta, aqui é um paraiso da escalada. Pra começar, no meio do campus tem um "bolder" (acho que se escreve assim) bem grandinho, aberto e com chão emborrachado pra que qualquer um possa chegar. Depois um cara me mostrou o rocódromo. Na primeira parte disso tem uma paredona que as pessoas tem aula - até aí manero. Mas cara, depois que passa uma outra divisória do pavilhão aparece uma parede gigante (com uns 15 metros de altura) que é tipo uma rocha artificial (tem que usar as corda). Irado. Um dia eu chego lá.

Montanhismo: A galera é bem legal e os lugares são ótimos. Semana passada fomos a Montajeros. Foram várias subidas e descidas terminando em um fonte de aguas termais - só que a agua ainda era fria para  padrões sudamericanos.

Vista de um dos topos


Subimos em um represa



Putz, não deu pra falar tudo. Depois eu conto o resto.

Grande Abraço,
Henrique

p.s.: se você ficou encomodado com a frase "220V - alta intensidade!" porque voltagem é tensão , você é um dos meus. Mas, relaxa, como a resistência tá sendo baixa, o comentário procede.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Amigos e Paellas

OPA!!!

Amigos, acho que todos sabem. Mas como é bom encontrar vocês e poder falar e agir naturalmente, e ser esse Henrique que conhecem.

Enfim, esse fim de semana tive o prazer de encontrar a Fernandinha e falar um gostoso e sonoro: Opa! - coisa que não tenho feito a algum tempo.  Nos divertimos a beça. Pude saciar minha vontade de fazer todas as piadinhas que me vinham a cabeça - pra quem conhece sabe que ela é ótima pra isso. Fizemos um passeio "completo express" por valencia: Cidade Velha, Mercado Central, Bar El Kiosko (comemos Paella Valenciana, a original), Catedral, Jardins de Turia, Cidade das Artes e das Ciências... e mais. Tudo isso só no sábado (e ela chegou às 13 horas) e nem precisamos correr - mas a bicicleta ajudou um pouco.

Vejam algumas fotos do passeio:

Mercado Central

Paella Velenciana

Catedral

Vocês sabiam que é aqui que fica o.... Santo Graal!!!!!

Fiquei muito feliz com isso. Tava a maior tempão procurando por ele. E ainda por cima enfrentei um monte de problema pelo caminho... teve um francês que ficou me zoando, um coelho assassino, guerreiros NI! e ainda quase errei a minha cor favorita... mô doidera.

Por último, olha a gente andando de bici...


Tenho que aprender logo qual é o corrrelato espanhol do "Opa!". O "Hola!", definitivamente, não tem o mesmo efeito. Suspeito que eles usem o "Vale!" para isso também. Se for, vou ficar decepcionadíssimo com o linguajar daqui e vou usar o "Opa!" mesmo até eles entenderem.


Abraço,
Henrique

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Viagens

Hoje fiz minha primeira viagem para fora de Valencia.

- Mas como assim? Você nem nos falou direito da cidade e já tá passeando por aí? E os museus, as igrejas, os jardins, os monumentos? E aqueles lugares charmosos no meio da rua que você me disse que tem encontrado?...

Antes de explicar o motivo, vamos deixar de pressinha por que eu vou contar tudo por aqui, aos pouquinhos, ok? Além disso, essa fuga foi altamente justificável: comprei minha magrela! (a galera na torcida griiiiiita!!!!!)

Por enquanto ela, minha bici, ainda não tem nome. Mesmo sabendo que já teve outro dono - é de segunda, já estou a chamado de minha querida, pequena  ou outras referencias semelhantes. Como vocês podem perceber, rolou um clima.

Para os românticos eu diria que ela é charmosíssima. Vermelhinha, com cestinha e guidão em curva no melhor estilo parisiense.

Já, para os iniciados, diria que é uma "completinha padrão".  A marca é Conor - não conhecia mas o pessoal daqui fala muito bem dela, o cambio é Shimano SIS com Rapid Fire, bagageiro para os meus alforges, banquinho bacana e pneus magrinhos. Enfim, o mais importante é que ela roda que é uma beleza.



Eu sei que ela está meio longe, mas foi o máximo que consegui. Ela ainda está meio tímida.

A viagem serviu para amaciá-la. O lugar, que se chama Parque Natural de l'Albufera, é pertinho daqui, uns 12 km - no Rio eu não chego nem perto da casa da Raquel com isso, mas fiquei impressionado como só tive que percorrer, partindo da porta da minha casa, alguns poucos metros sem ciclovia. No caminho, por exemplo, tem uma ponte que metade dela é só para bicicletas.

 
Com relação a minha performance no pedal, foi decepcionante. Tô pedalando pior que minha mãe. Todo mundo me passava... O que pude fazer foi fingir que estava só passeando. A cestinha na frente foi estratégica. Além de ser muito prática pra fazer compras - fiz hoje - ela me tira qualquer compromisso com a velocidade. Vejam um exemplo da minha falta de prática:


Abraço,
Henrique
p.s.1: Desculpa mãe, não resisti a piadinha.
p.s.2: Amanhã chega a minha primeira visita, Fernandinha. Êêê....

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Casita

No anuncio dizia: na Cidade Velha (o equivalente ao “intramuros”), 35 m², 1 dormitório. Tudo mentira.

Pra começar, ela, minha querida casinha, está localizada em um sub bairro chamado Bairro del Carmen. Para vocês entenderem o charme do lugar, imaginem um diminuto Bairro Peixoto (tem algum não carioca lendo esse blog?) localizado do lado da Lapa. É aí que estou. Vejam as fotos da vista das minhas duas janelas:

Janela 1 (Quarto) 
Janela 2 (Sala/Cozinha)

Quanto à área, prestenção. Vejam quantos ambientes – reparem como são amplos - temos aqui. Começando pelo basicão:
Quarto
Banheiro
Sala 
Cozinha (Junto da sala)
Tá achando que acabou? Vai vendo:
Escritório 
Sala de Jantar 
Closet (heheheh...)
E, quando eu achei que íamos embora do apartamento, descubro que mi piso tienes una terraça! Onde posso estender a roupa e, que os vizinhos me aguardem, reunir os amigos para fazer um som (será?).

Aí você deve estar pensando:
- Ah... mas então não era tudo mentira! Eu só vi um dormitório. Como é que eu vou aí te visitar então? Vais me fazer dormir na sala, chico? Hã!

Ahá! Deixei o melhor pro final.

Desde que fui pela primeira vez na casa do meu tio Beto em búzios, em 1900 e Cruzado Novo, eu tenho vontade de ter aquilo que ele tinha na sala. É tipo um teto rebaixado – ou um sótão todo aberto – que abrigava um singelo quartinho.
 
Pois é... Como se pode concluir, yo lo tengo! Fica no meu quarto, tem uma somente uma caminha de solteiro – e agora as minhas malas também. Mire las fotos:
E o mais importante, as portas estão abertas para recebê-los.

Vale!
Henrique

p.s.1: Tenho medo. Muito medo. É a porta. Elá só abre por dentro e não tem cartão da sulamérica que o faça abrir - e olha que esse cartão tem história. Ou seja, morando sozinho, se esqueço as chaves estou na rua!
p.s.2: Mãe, qual é mesmo o nome desse negócio que tem o quartinho? Acho que é mesanino, né?

domingo, 6 de setembro de 2009

Vale!

Se eu fosse eleger a palavra mais importante do idioma casteliano/valenciano (veja observação abaixo), seria o “Vale!”.

No início eu percebi que poderíamos traduzi-la, quase que literalmente, pelo nosso “Valeu”. Como no Rio, ele é usado em uma variedade de situações, por exemplo:



Sustituindo o “Claro”:
  • - ¿Puede esperar un minuto?
  • - Vale!
    Ou, o “Tá certo”:
    • - Concertamos vernos mañana en el Jardín de Turia a las 10:00 horas. ¿Vale? 
    • - Vale!
      (Reparem que ele pode estar inserido na pergunta ou não.)
      Ou, ainda, o “Obrigado:
      • - Aquí su solicitud.
      • - Vale!
        Até aí, é muito parecido com nosotros, e assim como é o "Valeu" no Brasil, o "Vale" já seria muito importante. Mas percebi que ele vai além. As pessoas o falam em quase todas as conversas.

        Serve, por exemplo, como os nossos:
        • - “Já é”;
        • - “Vamos” e todas as suas variações, tais como “Partiu”, “Partilson” – ou somente “Tilson”, “Zimba” (contração de “Vamos embora”) e tantas outras.
        Pode-se usá-lo de maneira composta também: - Vale, vale! Podendo significar, se entendi direito: -"vamos embora desta loja que eu estou morrendo de fome".

        Por último, me parece que quando é utilizado no final de uma sentença qualquer após uma breve pausa, o "¿Vale?" pode significar toda uma linha de pensamento oculta. Por exemplo, quando estava na UPV, pude entendê-lo como:

        - "Será então que você tem algo mais para perguntar ou podemos voltar a trabalhar? Entendo que você precise receber sua bolsa para conseguir alugar um lugar para morar, mas não tem nada mais que possamos fazer hoje. Até semana que vem, chico?"

        Tudo isso numa só palavra... Muy esquisito...

        Vale!
        Henrique Luz

        p.s.1: Como aqui eles falam as duas línguas, eu não sei quando uma palavra é do valenciano ou do castellano. Preciso de aulas de espanhol, urgente...

        p.s.2: A moça da universidade que (não) me disse tais coisas é, de fato, muito legal e divertida. Pode deixar que não tem ninguém me maltratando aqui não, tá Mãe?

        sexta-feira, 4 de setembro de 2009

        Transportes

        Antes de começar a falar bem do sistema de transporte daqui, queria dizer que não farei o discurso de: - É impressionante como aqui é uma maravilha e lá no Rio é um caos. Não que as duas partes da sentença não sejam verdadeiras, mas não se pode comparar uma coisa com a outra. Apesar de merecermos todas as críticas aplicáveis, falar isso daquela forma gera uma idéia de que somos menos capazes ou civilizados. Tendo dito,

        Primeiros passos:
        • Comprei o meu “RioCard” daqui. O de metro, assim como aí, é mais fácil de comprar porque se pode adquiri-lo na estação de metro. O de ônibus se compra em bancas de jornal. Tem também o cartão de integração com o ônibus.
        • Arranjei 3 mapas: das linhas de Metrô; de Ônibus (EMT) e; de ciclovias (ainda não comprei uma pra mim, antes que o Rapha ou o Jaloto pergunte...).

        O sistema de transporte é realmente muito bom. Além de ainda não ter visto nenhum engarrafamento, consigo atravessar quase meia cidade em 20 minutos (do Indigo Hostel, Calle Guillem de Castro, hasta La Universidad Politécnica, en Camino Del Vera) usando o metrô com uma baldeação e pagando solo 0,65 € por isso.

        Uma coisa legal daqui é o Metro de Superfície (linhas 4 e 6). Vejam só vocês, é um metrô na superfície:


        Aí você pergunta:
        - Mas que doido! E se alguém estiver distraído e andar aonde ele passa?

        Relaxa. Pode deixar que ele tem uma buzina bem potente que vai fazer você pular fora da linha (Juro que não fiz isso de propósito...).

        A partir daí eu já dominei completamente a cidade. Já brinquei até de tentar “me perder” na cidade indo andando a pé. Além de conhecer quase todo o centro histórico, quando estava tentando achar a bateria do celular que minha irmã me emprestou, acabei encontrando um bairro chinês. Muito doido! Mesmo com o Chino dominando os letreiros e avisos, metade das pessoas que trabalhavam ali eram indianos e ainda tinha um mercado chamado Jerusalém! Enfim...

        Uma coisa curiosa disso (ter um bom sistema de transporte) misturado com o fato de estar no centro da cidade e o sol durar uma eternidade é que faço um monte de coisa e continuo com tempo de sobra (inclusive pra ficar escrevendo isso aqui). Repara só: acordo tarde, 10:00 a.m., aí eu fiz meu café da manhã com muita calma, tomei o meu banho, preparei o café, verifiquei e-mail e comentários no blog, e saí em procura da batería - aproveitando pra conhecer novos lugares. Depois de passear muito, e não encontrar a maldita batería, ainda eram 12:45! E estava a 15 min do hostel... Continuando: Passei no mercado, comprei o almoço (depois eu conto sobre a comida daqui), fui pra cozinha, almocei, vi TV (o meu tio me disse que é umas das melhores formas de treinar o ouvido), liguei o meu computador pra resolver algumas coisas, liguei pra mulher qua vai me alugar o "piso", e resolvi ir pro Jardim Botânico daqui (eram 16:00, sol de 2 da tarde). Advinha que horas cheguei lá, indo a pé e com muita calma? 16:15... Pois é... Passei em cada quadra do lugar, vi todas as exposições, deitei no banco pra relaxar, saboriei - reparem que na escolha do verbo - um sorvete, vim pro hostel, tomei um café, atualizei meu facebook, sentei aqui para escrever esse blog e não era nem 19:00 horas... E ainda tava um sol de 4 da tarde.

        Ih.... acho que fugi do assunto, né? Será que vou perder ponto de redação por causa disso? Agora foi. Aproveitando, olha aí uma foto da entrada do lugar:


        Abraços,
        Henrique Luz

        quinta-feira, 3 de setembro de 2009

        Clima

        Aqui é quente.

        De verdade. Não to dizendo aquele quente que o paulista fala: - oh, meu! Isso aqui tá muito quente, mano! Nem o do carioca que reclama a toa: - Cara... isso aqui tá quente pra caralho! To falando daqueles dias que o baiano fala: - Isso aqui tá um quente da porra! É sol todo o dia e quase sem nuvem no céu.

        Nunca imaginei que viria pra zoropa sentir calor. E é pior. Além de o sol durar das 5 da manhã às 9 da noite (sério Teresa, aqui no verão é um paraíso pra você), eles não estão preparados pro quente. Água gelada é difícil de encontrar, não têm bebedouros, quase não tem sombra nessa cidade e ainda, quando encontro um caminho arborizado, as árvores que aqui sombreiam não sombreiam como lá.

        A minha cuca tá sofrendo com isso. Como vocês sabem, eu tenho uma baixa densidade capilar que deixa todos os raios solares passarem (parece que até os que estão passando do lado, quando vêem minha careca, dão uma desviadazinha só pra dar um brilho extra). E ainda, o chapéu que trouxe foi um que não consigo nem pensar em colocá-lo na cabeça. Alguém tinha me dito que aqui o clima era temperado.

        Enfim... já me acostumei, guardei as calças na mala e só estou usando bermuda e camisa. Tomar um banho gelado e beber a água que deixei na geladeira têm sido grandes prazeres do meu dia.

        Abraços,
        Henrique Luz

        quarta-feira, 2 de setembro de 2009

        A Viagem

        Não, eu não morri e nem sou o Antonio Fagundez no Vale a Pena Ver de Novo. Para quem não sabe, atravessei o atlântico e estoy a ca, en Valencia, Espanha. Passarei 10 meses.

        Escrevo nesse blog, segundo que faço na vida, porque é legal. Mas, infelizmente, este será um pouco menos divertido que o primeiro que escrevi com meu amigo Maurício Alexandre.

        Como dessa vez será algo em torno de 300 dias, acho que não vai dar pra fazer como um diário (até por que eu já tenho um desse que ganhei de presente).

        O voo (vem cá, é assim mesmo que se escreve isso agora? que horror...) Rio-Paris foi quase igual a palavra, por pouco não fiquei sem acento (tá vendo a falta que faz o Alexandre aqui...). Dica para os próximos viajantes, o check-in da Air France abre 30 horas antes online e você pode marcar seu lugar.

        Vejam pelo lado bom, agora já sei qual é o pior lugar possível dentro do avião. É no meio do meio - sem janela ou passe-livre pro banheiro - e vc não pode esticar a perna. Mas, pra falar a verdade, dá pra dormir traquilão e, se vc não é um mjão, é um lugar como outro qualquer. O serviço da Air France foi show de bola... parece que ela está querendo recompor a sua imagem, que está suja devido àquela promoção que não deu certo - compre um voo pra Paris e ganhe um mergulho em Fernando de Noronha.

        Lendo a revistinha da AF, achei o mapa do aeroporto de paris e a conexão foi tranquila. No Charles de Gaulle (CDG, pros íntimos) já encontrei uma barraquinha de brioches... na hora achei legal, mas pra eles deve ser que nem é pra gente ver uma barraquinha de havaianas no aeroporto: "Turistas..". Aliás, eles, como nós, não resistem à cultura alimentar americana...


        Uma coisa legal do aeroporto que dá para reparar é que, como as paredes são quase todas de vidro, poucas luzes precisam ficar acesas durante o dia.

        Em Paris-Valencia, consegui minha janelinha e reconheci a Torre Eiffel e o Arco do Triumfo lá de cima... me aguarde!

        Sobre Valencia... terão muitas outras postagens.

        Abraço,
        Henrique

        p.s.1: Só passei na alfândega em Paris, não durou nem 10 segundos entre ele me chamar e carimbar o passaporte...
        p.s.2: Se quiserem podem sugerir temas de postagens.